Bolsonaro pede desculpa a Moraes durante interrogatório
Ex-presidente é apontado pela PGR como líder de organização criminosa
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pediu desculpas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ao afirmar que não tinha “indícios” quando o acusou de estar recebendo propina por fraudar a eleição.
De acordo com o magistrado, Bolsonaro teria dito, durante uma reunião com embaixadores, que “algo de esquisito” estava acontecendo no Brasil e que “perder uma eleição não tem problema nenhum, nós não podemos perder a democracia numa eleição fraudada”.
Em seguida, o ex-presidente teria acusado os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso, de receber milhões de dólares com a suposta fraude na eleição.
“Quais eram os indícios que o senhor tinha, que nós estaríamos levando 50 milhões, 30 milhões de dólares?”, indagou Moraes.
“Não tenho indício nenhum”, respondeu Bolsonaro
“Tanto é que era uma reunião para não ser gravada, um desabafo, uma retórica que eu usei, se fossem outros ocupando teria falado a mesma coisa, então me desculpe, não tinha essa intenção de acusar de qualquer desvio de conduta dos senhores 3”, completou.
O depoimento do ex-presidente, réu no inquérito que apura a elaboração de um plano de golpe de Estado para mantê-lo no poder após a derrota eleitoral em 2022, começou às 14h30 desta terça-feira (10).
Ele faz parte do chamado “núcleo 1” do golpe, apontado pela Procuradoria-Geral da República como “crucial” no planejamento do plano.
De acordo com a Procuradoria-Geral da República, ele teria formulado e editado minuta que previa estado de exceção no país, além de ter ciência do plano "Punhal Verde Amarelo", pensado para matar Lula, Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes.